A um jovem Poeta

Você, que ainda é puro e sabe o quão fundamental é ela para a sua aventura de poeta, fica irado contra os outros, ao sentir que a sua presente agressividade é fruto de um complexo de culpa. É você, não os outros, quem está em crise. E se os outros também o estiverem, razão a mais para você afirmar-se em sua luta, que é a luta de todo poeta, para ajudá-lo a sair dela. Pois você não auxiliará ninguém, muito menos a si mesmo, se seu coração não estiver limpo de ressentimento e sua luta contra "o outro" não for constante. "O outro", não preciso dizer, é você próprio. É o súcubo que, todos, temos dentro de nós; o ser calhorda, comprável com a moeda da mentira e da lisonja, que de repente adota a gratuidade como norma, por isso que a paixão é mais insaciável que o infinito aberto em cima. E a paixão não se vende nunca.
Cada poeta é uma coisa em si, mas todos os poetas devem o mesmo à Poesia: a própria vida. Há, o poeta, que queimar-se e causar sempre mal-estar aos que não se queimam. Há que ser o grande ferido, o grande inconformado, o grande pródigo. Há que viver em pranto por dentro e por fora, de alegria ou de sofrimento, e nunca dizer "não" a ninguém, nem mesmo àqueles que optaram pelo não chorar.
Você meu caro Jovem Poeta, que foi dotado de talento e de beleza, não tem o direito de negar-se ao seu martírio. Só ele pode tornar a sua poesia emocionante. Só ele pode salvá-lo do formalismo em que caem os que se recusam a estar sempre despertos. É preciso que todos vejam a luz que seu coração transverbera, mesmo coberto por bons panos. Não negue o seu olhar de poeta aos homens que precisam dele, mesmo tendo o pudor de confessá-lo. Abra a sua camisa e saia para o grande encontro.
Vinicius de Moraes

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

4 meses de saudade

Hoje completa 4 meses do assassinato de meu amigo Mario. não planejei escrever esse artigo, mas meu coração pediu ao ver meu blog. A todo momento me sentia apoiado por ele no meu empreendimento com as novas mídias. É significativo que a ultimas palavras que ele me falou foi sobre o Twitter, um elogio por ter atualizado.

Que saudade sinto Amigo! falo como se pudesse estar aqui para ler! Aquela conversa a quatro meses atrás. se soubesse que era sua despedida seria diferente.

Lembro o café das madrugadas!
Do seu sorriso!Daquele olhar que incluia a todos!
Um olhar simples, mais humano e acolhedor!
E quantas vezes vi aquele olhar se perder nos horizontes de preocupações que não conseguia sondar.

Na quinta feira passada comecei a sorrir! me lembrei de quando era adoração e você todo comprido, entrando com um pequenino Ostensório. rsrsrsrs

Um grande amigo... de sorvetes na praia, de cervejas na festa, de Pastoral da Comunicação, de Compahia no Seminário, de irmão, confidente.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Momento Ciência

Assista o quinto Momento Ciência: Produção Ascom UFMA
http://www.youtube.com/user/TVASCOMUFMA#p/u/7/U4P-GyAha2k

Inatingível (Vinicius de Moraes)

O que sou eu, gritei um dia para o infinito
E o meu grito subiu, subiu sempre
Até se diluir na distância.
Um pássaro no alto planou vôo
E mergulhou no espaço.
Eu segui porque tinha que seguir
Com as mãos na boca, em concha
Gritando para o infinito a minha dúvida.

Mas a noite espiava a minha dúvida
E eu me deitei à beira do caminho
Vendo o vulto dos outros que passavam
Na esperança da aurora.
Eu continuo à beira do caminho
Vendo a luz do infinito
Que responde ao peregrino a imensa dúvida.

Eu estou moribundo à beira do caminho.
O dia já passou milhões de vezes
E se aproxima a noite do desfecho.
Morrerei gritando a minha ânsia
Clamando a crueldade do infinito
E os pássaros cantarão quando o dia chegar
E eu já hei de estar morto à beira do caminho.

Rio de Janeiro, 1933

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Importância dos Seminários na Igreja


“Depois, subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele. Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia. Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios.” (Mc 3, 13-15)
Os seminários, na diocese, se identificam como o monte sobre o qual Jesus chamou os Apóstolos para o seguirem. Com o auxílio de diversas pessoas, especialmente daqueles que trabalham no SAV - Serviço de Animação Vocacional – os jovens chamados vão até Jesus no monte que é o Seminário e aí ficam em sua companhia por alguns anos. Como são importantes os Seminários numa diocese! Ali, os jovens têm a oportunidade de concluírem sua formação acadêmica - alguns ainda no ensino fundamental e médio - e aperfeiçoarem-se em sua formação integral. Posso dizer, com toda a certeza, que se não fossem os Seminários, muitos, dos que já são presbíteros, não teriam tido a oportunidade de desenvolver sua vocação sacerdotal. Chamados ao ministério presbiteral, no Seminário Menor ou no Maior, os seminaristas têm um ambiente favorável para aprofundarem e aperfeiçoarem aquilo que o Senhor iniciou em seu coração desde a mais tenra idade.
Juntamente com seus colegas, os seminaristas ficam em companhia de Jesus no período de permanência no Seminário. E ali, diariamente, por meio dos formadores, vão sendo instruídos e acompanhados vocacionalmente, da mesma forma que os Apóstolos eram acompanhados por Jesus. Durante o tempo de seminário, recebem uma sólida formação, especialmente nas dimensões humana, espiritual e intelectual.
Na dimensão humana, aprendem que “os padres precisam ser gente”, pessoas saudáveis, com uma personalidade humana capaz de facilitar aos outros, o encontro com Jesus Cristo Redentor. Ajudados pelos formadores, especialmente pelo Reitor e Diretor Espiritual, cultivam uma série de qualidades humanas, necessárias à vida sacerdotal, tais como: a educação para o amor à verdade, a lealdade, o respeito a cada pessoa, o sentido da justiça, a fidelidade à palavra dada, a verdadeira compaixão, a coerência... Na convivência com os formadores, professores e colegas, cultivando relações humanas de serena amizade e de profunda fraternidade, paulatinamente vão crescendo no amor vivo e pessoal a Jesus Cristo, Bom Pastor. Esta experiência os fortalece para que mais tarde possam assumir com liberdade e humildade a vida celibatária, tão necessária para o exercício pleno da vida sacerdotal.
Na dimensão espiritual, graças ao testemunho dos formadores que, amavelmente, acompanham os seminaristas no desenvolvimento de sua vocação, o tempo vivido no Seminário é um tempo precioso quando desenvolvem uma relação de comunhão e de amizade profunda com o Senhor. Busca-se essa amizade com Jesus por meio da fiel meditação da Palavra de Deus - a Lectio Divina - pela participação ativa dos mistérios sacrossantos da Igreja, sobretudo da Eucaristia; como também, através das orações da Liturgia das Horas, das adorações ao Santíssimo Sacramento, do santo Rosário que diariamente nos leva a amar sempre mais a Santíssima Virgem Maria - mãe de Jesus e modelo para todos os sacerdotes - da Direção Espiritual, da Confissão frequente, dos Retiros Espirituais, das conversas com os formadores, das Leituras Espirituais... Tudo isso ajuda os seminaristas a viverem em íntima comunhão e familiaridade com Deus Pai, e a buscar, com perseverança, uma amizade íntima com Jesus, com quem se configuram através da ordenação presbiteral.
Na dimensão intelectual, a vida no Seminário estimula os jovens candidatos ao sacerdócio a estudar e dá suporte para que perseverem nos estudos. Cada um é motivado firmemente a apreender os conteúdos lecionados. A formação intelectual é de suma importância em vista do ministério pastoral do presbítero chamado a enfrentar os desafios da nova evangelização. Por isso, devem estudar e aproveitar o máximo do tempo para aprimorar seus conhecimentos.
Sem uma experiência de vida no Seminário, não há condições de se ter uma formação que prepare bem - e integralmente - os jovens chamados à vida sacerdotal, sobretudo nos dias atuais quando o mundo nos atrai para satisfazermos somente nossas necessidades puramente terrenas.
“Sem dúvida, os seminários e as casas de formação constituem um lugar privilegiado - escola e casa - para a formação de discípulos e missionários. O tempo da primeira formação é uma etapa onde os futuros presbíteros compartilham a vida, a exemplo da comunidade apostólica ao redor do Cristo ressuscitado: oram juntos, celebram uma mesma liturgia que culmina com a Eucaristia, a partir da Palavra de Deus recebem os ensinamentos que vão iluminando sua mente e modelando seu coração para o exercício da caridade fraterna e da justiça, prestam serviços pastorais periodicamente a diversas comunidades, preparando-se assim para viver uma sólida espiritualidade de comunhão com Cristo Pastor e docilidade à ação do Espírito Santo, convertendo-se em sinal pessoal e atrativo de Cristo no mundo, segundo o caminho de santidade próprio do ministério sacerdotal.” (Aparecida, 316)
Tenhamos um grande amor aos nossos seminários e uma profunda gratidão pelos que ali trabalharam ou continuam trabalhando. Deus é fiel. Ele realiza sua obra com todos os que, de coração aberto e com humildade, se colocam ao seu serviço. Agradeçamos a ele pelas maravilhas que realiza na Igreja através dos seminários!
Mesmo que muitos tenham passado por eles e não tenham chegado ao sacerdócio, tenho certeza de que alí receberam uma excelente formação e que, hoje, estão na sociedade servindo o próximo de diversas formas. Os seminários estão a serviço da Igreja e da sociedade.

Dom Celso Antônio Marchiori

Eu Aprendi


Todo hora aprendemos algo de novo basta que estejamos abertos aos sinais que a vida nos oferece. recebi este email de uma amiga e resolvi postar muito bom!
Eu aprendi... 

...que ter uma criança adormecida nos braços é um dos momentos mais pacíficos e maravilhosos do mundo; 
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Eu aprendi
             

...que ser gentil é mais importante do que estar certo; 

  
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Eu aprendi... 


...que eu sempre posso fazer uma prece por alguém quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma; 

       
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Eu aprendi... 

...que não importa quanta seriedade a vida exija de você, 
cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir juntos; 

     
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Eu aprendi... 


...que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para 
segurar e um coração para nos entender; 

    
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Eu aprendi... 


.. .. que os passeios simples com meu pai em volta do quarteirão nas noites de verão quando eu era criança fizeram maravilhas para mim quando me tornei adulto; 

              
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Eu aprendi... 


...que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos; 


Eu aprendi... 

...que dinheiro não compra 'classe'; 



Eu aprendi... 


...que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular; 



              
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    Eu aprendi... 

 ...que debaixo da 'casca grossa' existe uma pessoa que deseja ser apreciada, compreendida e amada; 

      
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Eu aprendi... 


...que Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu possa ? 

Eu aprendi... 

...que ignorar os fatos não os altera; 

Eu aprendi... 

...que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas; 

     
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Eu aprendi... 

...que a maneira mais fácil para eu crescer como pessoa , é me cercar de gente mais inteligente do que eu;         


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Eu aprendi... 


...que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso;         


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Eu aprendi... 


...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa; 

Eu aprendi... 


...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda; 

Eu aprendi... 


...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu. 

Eu aprendi... 


...que Deus jamais nos dá uma cruz da qual não possamos carregar...

Eu aprendi... 


...que devemos sempre ter palavras doces e gentis pois amanhã talvez tenhamos que engoli-las; 

Eu aprendi... 


...que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência;  
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Eu aprendi... 


...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;


Eu aprendi... 


...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você está escalando-a; 
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Eu aprendi... 


...que só se deve dar conselho em duas ocasiões:  quando é pedido ou quando é caso de vida ou morte;
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Eu aprendi... 


...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.

Eu aprendi... 

...que saudade doi...
 





Eu aprendi... 

...que só damos valor quando perdemos...

Eu aprendi... 

...que a vida é uma só... e o tempo não pára e nem volta mais... portanto temos que viver o hoje como se não houvesse o amanhã....

domingo, 27 de junho de 2010

O camiho Mudou?


Todos os dias, um homem descia no profundo da terra para cavar o sal. Levava consigo uma lanterna. Uma tarde, enquanto voltava de um túnel escuro e perigoso, sua lanterna caiu e se apagou. No começo o homem pensou ter problema. Fazia aquele percurso há tantos anos e achava que com ou sem lanterna dava no mesmo. Podia até fechar os olhos, pois sabia tudo de cor. Não precisava dela. Chegou a pensar que, sem lanterna, tinha algo a menos para carregar. Deu tudo errado. Logo que começou a dar os primeiros passos, um dos pés caiu na valeta onde corria água. Retirou o pé às pressas e imaginou que estava se esquivando da vala. Caiu na água. Levantou a cabeça e bateu nas pedras que estavam por cima.  “Como é? Será que a caminho mudou?” – disse a si mesmo. Experimentou se mexer mais um pouco, tentou avançar engatinhando. Batia contra as paredes e acabou todo arranhado. Logo reconheceu que, naquela escuridão, estava completamente perdido. Nenhum ponto de referência funcionava mais. Parou de vez. Esperou com paciência que alguém, percebendo a sua falta, fosse buscá-lo com uma lanterna, ou mesmo com um pedaço de vela.
Pode ser uma história inventada, ou um caso da vida. Com certeza todos experimentamos muita insegurança, quando ficamos na escuridão. A luz, por mais fraca que seja, faz muita falta. Podemos pensar, lembrando o evangelho deste domingo, que os samaritanos erraram em não acolher Jesus. Falaram mais alto os preconceitos e as divisões religiosas. Eu gostaria, porém, de chamar  atenção sobre o restante do evangelho, quando Jesus dá “conselhos”, se podemos chamá-los assim, aos que queriam e querem segui-lo.
Antes de falar da coragem e da determinação na decisão de sermos discípulos do Senhor, precisamos entender o que está em jogo. Muitos de nós achamos que a fé não serve para quase nada. Pensam que é mais um peso a carregar na vida. Isso acontece quando entendemos o nosso “ser cristãos” mais como um conjunto de obrigações enfadonhas e atrasadas do que um real e empolgante projeto de vida. No entanto, quem acolhe a luz da fé começa a enxergar as coisas e os casos da vida com um olhar diferente. Permitam-me chamá-lo de um olhar “libertador”. É isso que Jesus pede a quem quer segui-lo. Quem está atrás de riquezas, posição social, prestígio, logo ficará decepcionado. Jesus não tem onde deitar a cabeça. Assim também quem quer esperar que aconteçam outras coisas, e deixa a resposta ao chamado para depois, acaba sempre encontrando uma desculpa. Não é o pai, coitado e ainda vivo, que atrapalha a generosidade do possível discípulo. É o seu deixar sempre para depois. Para outra ocasião. É a famosa próxima vez que nunca chega. Assim também Jesus reclama dos que põem mão no arado, mas depois continuam a olhar para trás. Desse jeito ficam sem rumo. A vida abre-se à frente deles, mas eles olham em outra direção. Nunca se sabe se estão decididos mesmo, ou se ainda estão pensando o que fazer. O olhar deles revela claramente essa indecisão. Fazem parte daqueles que se arrependem de ter começado a seguir Jesus e gostariam voltar atrás. Existem também aqueles que não entenderam, ainda, o valor da escolha que fizeram. Tomaram uma decisão, no entanto parece que o que deixaram para trás continua sendo demasiado atraente. Nem todos conseguimos, como São Paulo, chamar de “lixo” o que não escolhemos. Isso não por falta de respeito ao mundo e às suas coisas, mas, simplesmente, porque descobrimos algo bem mais valioso.
É por isso que falei de libertação. São tantas as amarras, as correntes e as raízes que nos prendem. Quebrar ou cortar é sempre sofrido. Toda decisão é sempre renúncia de outra. Pensando bem, todos escolhemos, no final, aquilo que consideramos melhor. Para alguns o melhor é não acolher Jesus como os samaritanos. Para outros, é buscar riquezas materiais. Há  ainda os que consideram  melhor esperar toda a vida, deixando sempre para depois. Enfim, para alguns, o melhor é o que ficou para trás. Viverão sempre arrependidos e com saudade.
O melhor é mesmo segurar a luz da fé, não deixá-la apagar nunca. Será com essa luz que viveremos novos relacionamentos com os bens, com a família, com os irmãos e com o próprio Jesus. Sejamos agradecidos se ainda seguramos esta luz acesa. Não ficaremos perdidos e saberemos para onde estamos indo.

Dom Pedro José Conti

domingo, 30 de maio de 2010

O rosto de Deus!

Estava pensando seriamente se deveria escrever esta reflexão, fruto de alguns momentos do Congresso Eucarístico Nacional que aconteceu este mês em Brasília. Cheguei a conclusão que vale a pena. Aproveito que celebramos neste domingo a solenidade da Santíssima Trindade: quando contemplamos um Deus em três e tentamos explicar esse mistério começamos a fazer Teologia, mesmo com a nossa linguagem tão pobre e limitada. A criatura só pode falar de seu criador com todas as suas limitações, assim como a ciência nunca descreverá a realidade totalmente pois esta é tão rica!

Foi sobre este mesmo assunto que me deparei lá em Brasília, alguém me dizia que determinada pessoa transpirava Deus. Eu me alegrei de certa forma que queria conhecer este Santo! acabei me frustrando, pois vi um "papagaio", com todo respeito, que falava de igreja, religião, de Deus, mas na sua ação não via Deus. Sei que não sou o mais "justo" dos cristãos para escrever isso. Mas depois de uma breve reflexão descobri que a mesma pessoa que me indicou aquele que "transpirava Deus", esse sim, eu encontrei um portador de Deus.

Um pai de família que luta de segunda a sexta pelos seus filhos, me mostrou um rosto paterno que cuida de nós como filhos.Encontrei um amante de sua esposa: como esses dois se amavam... foi ai que vi um rosto de Deus que é amor verdadeiro e fiel. Encontrei um sujeito acolhedor, vi a face de um Deus que nos acolhe apesar de nossos erros e desvios. como erramos tanto! Encontrei um ser que se relacionava livremente com as pessoas e respeitava a individualidade e opção de cada um, foi ai que me deparei com Deus que cria os homens livres para fazer seus caminhos, utilizar da liberdade para fazer bom uso do dom da vida, mesmo quando tropeça.

Você pode até me questionar se em quatro dias vi este homem que me remetia diretamente a Deus, mas é uma verdade. Por mais que seja pouco tempo e muitas vezes esse homem possa se mostrar o contrário do que eu falei, mas mesmo assim, ele erra tentando acertar. Com certeza ele não sabe disso, talvez nunca saberá, mas a vida é assim encontramos o rosto de Deus, carregamos em nossos olhos essa dádiva, ainda que seja em "vasos de barro", mas não sabemos, o importante é sempre o rosto e outro a quem tal rosto é dirigido.

Como eu falei no inicio, Wittgenstein estava certo ao falar dos limites que a linguagem tem para explicar determinada coisa: sei bem que tudo que falei não explica Deus, pois ele é totalmente "O Outro", o Absoluto que nunca vai deixar se prender por nossa mensagem conceitual. mas procure ao seu redor ver o rosto de Deus, é tão multiforme... Quem sabe você vai ver faces diferentes da que eu vi. Com certeza o meu amigo viu aquilo que eu não consegui ver Deus além das aparências e sem preconceito.    


segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ponderações

Penasr não faz mal a ninguém! esse final de semana fiquei sabendo de algumas historias de pessoas que desenvolveram patologias psíquicas por viveram do pensamento. na verdade não pensaram direito. não foram felizes, por que desligaram-se do mundo, condição "sine qua nom" de todo aquele que existe. montaram um novo mundo, desenvolveram uma dificuldade de interagir com a realidade. em outras palavras: há um descompasso entre mundo interior e mundo exterior.

Artur Schopenhauer, havia denunciado práticas, não muito incomuns a hoje. O famoso pessimista do século XIX, afirmava contundentemente àqueles que faziam do exercício intelectual, meios de garantir status. e o pior tal intelectualidade não era fruto de um exercício de pensamento, mas de reprodução e vomitação de tudo que era lido. Radical ou não, ele defendia a idéia a qual os livros eram fontes a serem bebidos, ao ler muitos livros não tinhamos a oportunidade de rfletir, ruminar, mastigar sua riqueza. Para o pensador contrário a Hegel, devemos recorer aos livros quando a fonte de nossos pensamentos secasse.

Penso nas nossas escolas que há puco tempo conseguiram que a Filosofia, primeira mestra na arte do pensamento, entrasse no currículo. Penso nos grandes pastores, padres, mestres religiosos de tantas denominações. Penso naqueles que nos governam. Penso nos jovens cuja única preocupação está nas baladas da vida. Penso em mim mesmo quando não penso e somente memorizo e vomito aquilo que outro com tanto suor pensou. Como sou um ladrão. Temos que aprender a pensar.

 

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ontem foi um dia importante para  mim! mas um final de semana comum com alguns afazeres pastorais, domésticos e pessoais a serem tratados.
Mas o que me chamou atenção foi o dia do Bom Pastor celebrado em toda a Igreja. Neste dia fomos interpelados a rezar pelas vocações religiosas e sacerdotais. mas como querer ser padre ou pedir a Deus vocações com todo o momento que vivemos? casos e casos de pedofilia entre o clero. O ataque da mídia num jogo de interesses que sempre houve e tão cedo não vai deixar de existir, não fecho os olhos para o que está acontecendo.
Aquilo que foi feito deve ser punido segundo o Direito Cívil e a Igreja precisa adentrar nestas realidades de modo mais eficaz. Ainda é preciso colocar em prática muitas coisas que ficaram somente nos documentos e não olhar para trás como muitas vezes a nossa nostalgia nos conduz a fazer.
Com a Igreja defendo que a pedofilia cometida pelos clérigos não é devido ao celibato. O problema é maior, falta de uma assistência psicológica. seriedade no ministério e afastamento do "Evangelho de Cristo" cuja vinda foi para dar vida e vida em plenitude. Tenho medo de algum dia não levar isto em consideração e transformar "vinho em água" e não o contrário.
De errar ninguém está livre, por isso que sempre é preciso estar unido a Cristo e vigilante, sobretudo confiança na graça de Deus. Somente ela nos sustenta e nos mantém.  

domingo, 25 de abril de 2010

Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...



Depois de um longo período inativo decidir reiniciar as postagens desse blog com um texto belíssimo de nossa literatura.  Aproveite!

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:

"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:

- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ?
- Ainda bem que esse infeliz morreu !

Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.

A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?

No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo... Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: VOCÊ MESMO! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. "SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA, QUANDO SEUS PAIS MUDAM, QUANDO SEU(SUA) NAMORADO(A) MUDA. SUA VIDA MUDA... QUANDO VOCÊ MUDA! VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA."

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda".

Luís Fernando Veríssimo

sábado, 20 de março de 2010

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O 44º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS


“O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra"
[Domingo,16 de Maio de 2010]
Queridos irmãos e irmãs!
O tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais – “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra” – insere-se perfeitamente no trajeto do Ano Sacerdotal e traz à ribalta a reflexão sobre um âmbito vasto e delicado da pastoral como é o da comunicação e do mundo digital, que oferece ao sacerdote novas possibilidades para exercer o seu serviço à Palavra e da Palavra. Os meios modernos de comunicação fazem parte, desde há muito tempo, dos instrumentos ordinários através dos quais as comunidades eclesiais se exprimem, entrando em contacto com o seu próprio território e estabelecendo, muito frequentemente, formas de diálogo mais abrangentes, mas a sua recente e incisiva difusão e a sua notável influência tornam cada vez mais importante e útil o seu uso no ministério sacerdotal.
A tarefa primária do sacerdote é anunciar Cristo, Palavra de Deus encarnada, e comunicar a multiforme graça divina portadora de salvação mediante os sacramentos. Convocada pela Palavra, a Igreja coloca-se como sinal e instrumento da comunhão que Deus realiza com o homem e que todo o sacerdote é chamado a edificar n’Ele e com Ele. Aqui reside a altíssima dignidade e beleza da missão sacerdotal, na qual se concretiza de modo privilegiado aquilo que afirma o apóstolo Paulo: «Na verdade, a Escritura diz: “Todo aquele que acreditar no Senhor não será confundido”. […] Portanto, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas como hão de invocar Aquele em quem não acreditam? E como hão de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue? E como hão de pregar, se não forem enviados?» (Rm 10,11.13-15).
Hoje, para dar respostas adequadas a estas questões no âmbito das grandes mudanças culturais, particularmente sentidas no mundo juvenil, tornaram-se um instrumento útil as vias de comunicação abertas pelas conquistas tecnológicas. De fato, pondo à nossa disposição meios que permitem uma capacidade de expressão praticamente ilimitada, o mundo digital abre perspectivas e concretizações notáveis ao incitamento paulino: “Ai de mim se não anunciar o Evangelho!” (1 Cor 9,16). Por conseguinte, com a sua difusão, não só aumenta a responsabilidade do anúncio, mas esta torna-se também mais premente reclamando um compromisso mais motivado e eficaz. A este respeito, o sacerdote acaba por encontrar-se como que no limiar de uma «história nova», porque quanto mais intensas forem as relações criadas pelas modernas tecnologias e mais ampliadas forem as fronteiras pelo mundo digital, tanto mais será chamado o sacerdote a ocupar-se disso pastoralmente, multiplicando o seu empenho em colocar os media ao serviço da Palavra.
Contudo, a divulgação dos “multimídia” e o diversificado «espectro de funções» da própria comunicação podem comportar o risco de uma utilização determinada principalmente pela mera exigência de marcar presença e de considerar erroneamente a internet apenas como um espaço a ser ocupado. Ora, aos presbíteros é pedida a capacidade de estarem presentes no mundo digital em constante fidelidade à mensagem evangélica, para desempenharem o próprio papel de animadores de comunidades, que hoje se exprimem cada vez mais frequentemente através das muitas «vozes» que surgem do mundo digital, e anunciar o Evangelho recorrendo não só aos media tradicionais, mas também ao contributo da nova geração de audiovisuais (fotografia, vídeo, animações, blogues, páginas internet) que representam ocasiões inéditas de diálogo e meios úteis inclusive para a evangelização e a catequese.
Através dos meios modernos de comunicação, o sacerdote poderá dar a conhecer a vida da Igreja e ajudar os homens de hoje a descobrirem o rosto de Cristo, conjugando o uso oportuno e competente de tais meios – adquirido já no período de formação – com uma sólida preparação teológica e uma espiritualidade sacerdotal forte, alimentada pelo diálogo contínuo com o Senhor. No impacto com o mundo digital, mais do que a mão do operador dos media, o presbítero deve fazer transparecer o seu coração de consagrado, para dar uma alma não só ao seu serviço pastoral, mas também ao fluxo comunicativo ininterrupto da «rede».
Também no mundo digital deve ficar patente que a amorosa atenção de Deus em Cristo por nós não é algo do passado nem uma teoria erudita, mas uma realidade absolutamente concreta e atual. De fato, a pastoral no mundo digital há de conseguir mostrar, aos homens do nosso tempo e à humanidade desorientada de hoje, que «Deus está próximo, que, em Cristo, somos todos parte uns dos outros» [Bento XVI, Discurso à Cúria Romana na apresentação dos votos de Natal: «L’Osservatore Romano» (21-22 de Dezembro de 2009) pág. 6].
Quem melhor do que um homem de Deus poderá desenvolver e pôr em prática, mediante as próprias competências no âmbito dos novos meios digitais, uma pastoral que torne Deus vivo e atual na realidade de hoje e apresente a sabedoria religiosa do passado como riqueza donde haurir para se viver dignamente o tempo presente e construir adequadamente o futuro? A tarefa de quem opera, como consagrado, nos media é aplanar a estrada para novos encontros, assegurando sempre a qualidade do contacto humano e a atenção às pessoas e às suas verdadeiras necessidades espirituais; oferecendo, às pessoas que vivem nesta nossa era «digital», os sinais necessários para reconhecerem o Senhor; dando-lhes a oportunidade de se educarem para a expectativa e a esperança, abeirando-se da Palavra de Deus que salva e favorece o desenvolvimento humano integral. A Palavra poderá assim fazer-se ao largo no meio das numerosas encruzilhadas criadas pelo denso emaranhado das auto-estradas que sulcam o ciberespaço e afirmar o direito de cidadania de Deus em todas as épocas, a fim de que, através das novas formas de comunicação, Ele possa passar pelas ruas das cidades e deter-se no limiar das casas e dos corações, fazendo ouvir de novo a sua voz: «Eu estou à porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20).
Na Mensagem do ano passado para idêntica ocasião, encorajei os responsáveis pelos processos de comunicação a promoverem uma cultura que respeite a dignidade e o valor da pessoa humana. Este é um dos caminhos onde a Igreja é chamada a exercer uma “diaconia da cultura” no atual «continente digital». Com o Evangelho nas mãos e no coração, é preciso reafirmar que é tempo também de continuar a preparar caminhos que conduzam à Palavra de Deus, não descurando uma atenção particular por quem se encontra em condição de busca, mas antes procurando mantê-la desperta como primeiro passo para a evangelização. Efetivamente, uma pastoral no mundo digital é chamada a ter em conta também aqueles que não acreditam, caíram no desânimo e cultivam no coração desejos de absoluto e de verdades não caducas, dado que os novos meios permitem entrar em contacto com crentes de todas as religiões, com não-crentes e pessoas de todas as culturas. Do mesmo modo que o profeta Isaías chegou a imaginar uma casa de oração para todos os povos (cf. Is 56,7), não se poderá porventura prever que a internet possa dar espaço – como o «pátio dos gentios» do Templo de Jerusalém – também àqueles para quem Deus é ainda um desconhecido?
O desenvolvimento das novas tecnologias e, na sua dimensão global, todo o mundo digital representam um grande recurso, tanto para a humanidade no seu todo como para o homem na singularidade do seu ser, e um estímulo para o confronto e o diálogo. Mas aquelas apresentam-se igualmente como uma grande oportunidade para os crentes. De fato nenhum caminho pode, nem deve, ser vedado a quem, em nome de Cristo ressuscitado, se empenha em tornar-se cada vez mais solidário com o homem. Por conseguinte e antes de mais nada, os novos media oferecem aos presbíteros perspectivas sempre novas e, pastoralmente, ilimitadas, que os solicitam a valorizar a dimensão universal da Igreja para uma comunhão ampla e concreta; a ser no mundo de hoje testemunhas da vida sempre nova, gerada pela escuta do Evangelho de Jesus, o Filho eterno que veio ao nosso meio para nos salvar. Mas, é preciso não esquecer que a fecundidade do ministério sacerdotal deriva primariamente de Cristo encontrado e escutado na oração, anunciado com a pregação e o testemunho da vida, conhecido, amado e celebrado nos sacramentos sobretudo da Santíssima Eucaristia e da Reconciliação.
A vós, queridos Sacerdotes, renovo o convite a que aproveiteis com sabedoria as singulares oportunidades oferecidas pela comunicação moderna. Que o Senhor vos torne apaixonados anunciadores da Boa Nova na «ágora» moderna criada pelos meios atuais de comunicação.
Com estes votos, invoco sobre vós a proteção da Mãe de Deus e do Santo Cura d’Ars e, com afeto, concedo a cada um a Bênção Apostólica.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Prêmios de Comunicação Social da CNBB

Uma Mídia Democrática: não deixa de ser esta a discussão na maioria dos Cursos de Comunicação. Nos tempos da Ditadura Militar a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) motivou a atividade cinematográfica, por meio do prêmio de Comunicação Social Margarida de Prata criado no ano de 1967. Mesmo com toda repressão, o Cinema foi uma importante arma na denúncia dos abusos de uma política autoritária. Preocupados em promover uma produção de qualidade tecnica e estética com valores cidadães  e cristães a organização criou outras premiações: Microfone de Prata para o Rádio, em 1989; Dom Helder Câmara de Imprensa, 2002; e Clara de Assis para a Televisão, 2005. De 1º de março a 31 de maio estarão abertas as inscrições para concorrer a edição deste ano. Os interessados podem conferir os regulamentos e fichas de inscrição no site da CNBB. A entrega dos prêmios será dia 23 de julho de 2010, às 20 horas, em Aparecida–SP, durante o Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação.
Não perca esta oportunidade!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

“O Amor Segundo B. Schianberg”


Tranque um ator e uma videoartista num apartamento, ligue algumas câmeras e deixe o tempo passar. Dito de forma muito simplificada, esse é o ponto de partida de “O Amor Segundo B. Schianberg”, o mais arriscado – e experimental – projeto na bem-sucedida carreira do cineasta Beto Brant.


Depois de três filmes policiais, dois deles excelentes (“Os Matadores”, em 1997, e “O Invasor”, em 2001), Brant consolida com “O Amor Segundo B. Schianberg” uma guinada surpreendente em sua carreira.


Ao adaptar, em 2005, “Crime Delicado”, a novela de Sergio Sant´Anna sobre a paixão de um crítico por uma mulher sem a perna, Brant deu a deixa que seu cinema ambicionava ir além da crítica social e política. A impressão se confirmou na sua obra seguinte, “Cão sem Dono”, de 2007, extraído de um romance de Daniel Galera, no qual o foco vem a ser o relacionamento improvável entre um tradutor deprimido e uma modelo exuberante.


“O Amor Segundo B. Schianberg” parece um desdobramento de “Cão sem Dono”. Se no filme anterior a ação se passava em diferentes ambientes de Porto Alegre, neste agora concentra-se, basicamente, entre quatro paredes. E mais, Brant filma o seu casal de forma pouco ortodoxa, com som aberto para todos os ruídos e ângulos improváveis.


O ator Felix (vivido por Gustavo Machado) e a videoartista Gala (Marina Previato) são filmados como se estivessem participando de um reality show. Somos convidados a compartilhar da intimidade do casal, que assistimos comendo, namorando e trabalhando. Também acompanhamos, sem ouvir direito, as conversas da dupla sobre a própria relação, sobre amor, sobre arte, enquanto Gala faz um vídeo, que será exibido na conclusão do filme.


O título do filme, “O Amor Segundo B. Schianberg”, já diz bastante das intenções metalinguísticas de Brant. Benjamin Schianberg é um personagem do romance “Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios”, de Marçal Aquino. Apresentado como “filósofo do amor”, é o autor de uma obra a que Marçal recorre com freqüência na construção da narrativa, o livro de auto-ajuda “O que vemos no mundo”.


“O Amor Segundo B. Schianberg" constrói-se, assim, como um filme dentro de um filme discutindo o tempo toda a própria ideia de representação. Trata-se, evidentemente, de uma proposta para um pequeno público, interessado em pensar o cinema, as suas possibilidades e os seus limites.

Fonte: cinemauol.com.br

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quaresma: Tempo de deserto para ouvir o Senhor que fala.

"Eis o tempo favorável o dia da salvação" (2 Cor 6,2)

Após a folia momesca, que incrível que pareça é prolongada para além de seus dias, a Igreja católica vive um momento litúrgico de preparação para a maior festa de seu calendário: a Páscoa.
Na quaresma tempo dedicado a conversão, (retorno) ao projeto divino, fazemos a experiência de homens e mulheres que anseiam pela vinda do reino, já anunciado por Cristo: "Cumpriu-se o tempo, e o reino de Deus está proximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho." (Mc 1, 15).

Em vista desse momento o Papa Bento XVI afirma o papel do Corpo Místico de Cristo, que é a igreja ressaltando a importância de uma "revisão sincera da nossa vida à luz dos ensinamentos evangélicos." É momento de refazer a caminhada percebendo as práticas ambíguas do nosso cotidiano que antes de mostrar a face do amor de Deus, gratuito aos homens, revela o seu oposto.

Por isso o Episcopado brasileiro escolheu este tempo para vivenciar os valores do reino através da Campanha da Fraternidade. Embora, versando a cada ano sobre um tema e duramente criticada por não ter muita repercussão fora da quaresma,a campanha da fraternidade na sua dimensão mais profunda está sempre em relação com a vida. Portanto, mesmo que se faça reflexões específicas e aparentemente estanques, a Campanha trabalha a dimensão profética que desmonta estruturas a fim de construir relações mais justas.

Este ano a campanha da Fraternidade aborda o problema de uma economia excludente que não gera vida, portanto, vai contra o projeto de Jesus para a humanidade e toda a sua criação. "Na Bíblia, os pobres e todos os necessitados estão no centro da justiça que Deus exige das relações humanas e econômicas. A pobreza é produto de decisões e de políticas humanas. Reverter a situações de extrema necessidade de um elevado número de cidadãos e cidadãs brasileiros é obrigação inadiável de uma de uma sociedade como a nossa que aspira a ocupar lugar entre os países mais desenvolvidos do mundo."

Façamos então essa caminhada rumo a páscoa de jesus que se dá todo dia por nós. ouvindo sua Palavra que nos impulsiona a oração e a sair de nós mesmos pela prática saudável de um jejum não alienado pelas estruturas e caridade fraterna.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Documentos sobre Pio XII em breve na Internet

Brevemente estarão na Internet, com acesso livre, mais de 8 mil páginas dos “Atos e documentos da Santa Sé relativos à II Guerra Mundial”. A obra, de onze volumes, publicada pela Livraria Editora Vaticana, foi redigida pelos padres jesuítas Pierre Blet, Angelo Martini, Robert A. Graham e Burkhart Schneider.

De acordo com o site da Rádio Vaticano, o material foi publicado por ordem de Paulo VI e traz uma seleção ampla e detalhada dos documentos dos arquivos secretos do Vaticano sobre a II Guerra e o pontificado de Pio XII naqueles anos.

A iniciativa de disponibilizá-lo na Internet tem o apoio da Santa Sé, que aderiu ao pedido da Fundação “Faça o caminho” (Pave the Way Foundation-Ptwf), uma organização judaico-americana. Foi digitalizada uma antologia de 5.125 documentos pertencentes aos Arquivos Secretos do Vaticano e datados entre março de 1939 e maio de 1945. A Fundação PTW é uma organização concebida para remover os obstáculos entre as religiões, promover a colaboração e colocar fim ao abuso da religião para fins políticos.

Em entrevista à Zenit, o fundador e presidente Gary Krupp, diz que “ao desenvolver sua missão, constatou que o papado de Pio XII, na época da II Guerra, foi motivo de contestação. Este fato – explica – tem impacto sobre mais de um bilhão de pessoas. A publicação on-line de toda este material quer ser um serviço à verdade histórica”. (CNBB com Rádio Vaticano)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

De Vinicius para seus amigos



Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!