A um jovem Poeta

Você, que ainda é puro e sabe o quão fundamental é ela para a sua aventura de poeta, fica irado contra os outros, ao sentir que a sua presente agressividade é fruto de um complexo de culpa. É você, não os outros, quem está em crise. E se os outros também o estiverem, razão a mais para você afirmar-se em sua luta, que é a luta de todo poeta, para ajudá-lo a sair dela. Pois você não auxiliará ninguém, muito menos a si mesmo, se seu coração não estiver limpo de ressentimento e sua luta contra "o outro" não for constante. "O outro", não preciso dizer, é você próprio. É o súcubo que, todos, temos dentro de nós; o ser calhorda, comprável com a moeda da mentira e da lisonja, que de repente adota a gratuidade como norma, por isso que a paixão é mais insaciável que o infinito aberto em cima. E a paixão não se vende nunca.
Cada poeta é uma coisa em si, mas todos os poetas devem o mesmo à Poesia: a própria vida. Há, o poeta, que queimar-se e causar sempre mal-estar aos que não se queimam. Há que ser o grande ferido, o grande inconformado, o grande pródigo. Há que viver em pranto por dentro e por fora, de alegria ou de sofrimento, e nunca dizer "não" a ninguém, nem mesmo àqueles que optaram pelo não chorar.
Você meu caro Jovem Poeta, que foi dotado de talento e de beleza, não tem o direito de negar-se ao seu martírio. Só ele pode tornar a sua poesia emocionante. Só ele pode salvá-lo do formalismo em que caem os que se recusam a estar sempre despertos. É preciso que todos vejam a luz que seu coração transverbera, mesmo coberto por bons panos. Não negue o seu olhar de poeta aos homens que precisam dele, mesmo tendo o pudor de confessá-lo. Abra a sua camisa e saia para o grande encontro.
Vinicius de Moraes

quarta-feira, 27 de julho de 2011

IV FORMISE – FORMAÇÃO MISSIONÁRIA PARA SEMINARISTAS DO NORDESTE

A Formação Missionária para Seminaristas realizou-se no seminário diocesano São João Maria Vianney em Campina Grande – PB e contou com a presença de seminaristas de todo o Nordeste. Estavam presentes representantes das arquidioceses de Alagoas, Fortaleza, Maceió Natal, Paraíba, Salvador, Teresina e das dioceses de Bacabal, Balsas, Brejo, Cajazeiras, Campina Grande, Coroatá, Feira de Santana, Garanhuns, Guarabira, Imperatriz, Ilhéus, Itapipoca, Irecês, Pinheiro, Própriá, Viana, Vitória da Conquista entre outras. Ao todo 89 seminaristas sendo 10 do regional NE 5.
O IV FORMISE teve como assessores: Padre André Luiz Negreiro, (Arq. de Teresina) Secretário Nacional da Obra da Infância e Adolescência Missionária; Padre Savio Corinaldesi, SX, Secretário Nacional da Obra de São Pedro Apóstolo e da Pontifícia União Missionária; Padre Dalmo Radimack da Silva (Arq. da Paraíba) e Padre André Vital, SCJ. E a presença dos padres Natal (do PIME), Pe. Cristiano (Dioc. de Floresta – PE, Missionário na Amazônia) e Padre Rafhael (Arq. de Fortaleza) Reitor do seminário de Filosofia.
O evento iniciou-se na segunda - feira do dia 04/07 com a Missa Solene de abertura ás 19h30min presidida pelo Vice reitor do Seminário Pe. Dezenilton e concelebrada pelos padres Savio, André, Natal e Rafhael. As equipes foram divididas pelas cores dos continentes: Branco – Europa; Vermelho – América; Verde – África; Amarelo – Ásia e Azul – Oceania.
Na terça-feira dia 05/07, laudes às 7hs logo após o café e em seguida os trabalhos, com a temática – Espiritualidade Missionária do Seminarista Diocesano – ministrada pelo padre Dalmo da Arquidiocese da Paraíba. Que destacou em sua palestra que “o seminarista deve nortear-se pela obediência e entrega de si mesmo”, “sua vocação deve ser Cristológica, a vocação pelos pobres não é o eixo da vocação do seminarista”. À tarde padre Cristiano (Missionário na Amazônia) contou um pouco de sua experiência como missionário na Amazônia mostrando algumas fotos das comunidades que cuida e a realidade das mesmas e ainda as dificuldades e diferenças de realidade da Igreja com o crescimento das igrejas evangélicas. Em seguida Dom Jaime, bispo daquela diocese, fez uma pequena palestra falando um pouco de sua experiência quando seminarista e depois de padre no Rio Grande do Norte, das dificuldades e conquistas que teve. À noite ás 18h Santa Missa presidida pelo Bispo diocesano de Campina Grande, D. Jaime Viera Rocha, e concelebrada pelos padres Sávio, André, Natal, Cristiano e Rafhael.
Na quarta-feira dia 06/07, Santa Missa com laudes presidida pelo padre Natal do Pime. Às 08h15min iniciou a 2ª temática – A Formação Intelectual do Seminarista Missionário – ministrada pelo Padre André Vital, SCJ. Utilizando como base na sua palestra o documento 93 da CNBB padre André mostrou claramente como é importante a intelectualidade no seminarista missionário. E apresentou os cinco Pilares da Formação: Aprender: 1. A conhecer e a pensar; 2. A fazer; 3. A viver juntos (conviver); 4. A ser; 5. A discernir a vontade de Deus.

À noite ás 19h30min momento cultural com jantar, o momento de lazer foi iniciado pela Professora Msa. Eneida Maracajá, Secretária de Cultura da Prefeitura Municipal de Campina Grande. Em sua exposição, Eneida falou sobre a utilização da arte para as evangelizações missionárias. Ela que é a idealizadora do projeto Cultura no Presídio, o qual trabalha em sincronia com a Pastoral Carcerária da Diocese de Campina Grande, testemunhou sobre sua experiência junto aos encarcerados. “A arte, em suas mais diversas expressões, também é um forte aliado na evangelização missionária. Todos os seminários deveriam, em sua formação, incentivar os seus estudantes para a aplicação desta ferramenta tão eficaz”, declarou a professora. Após os seminaristas mostram através de danças, pratos típicos, vídeos de pontos turísticos a cultura de seus estados.
As atividades da manhã de quinta-feira dia 07/07 começaram sob a responsabilidade de Padre Sávio Corinaldesi e Padre André Luiz Negreiros, Secretários das Pontifícias Obras Missionárias, com a temática - A Organização Missionária do Seminário. Padre Sávio destacou a importância de que, cada seminarista, padre ou religioso, tenha a consciência de não querer estar preso a uma localidade específica, onde possa favorecer apenas a si mesmo, mas que esteja disponível para ir onde seja mais necessário. “Os seminaristas e padres não pertencem a uma diocese, pertencem ao mundo, ao chamado de Jesus Cristo para a sua missão”, afirmou. Apresentou dados preocupantes para a Igreja, uma delas a Amazônia, o crescimento dos evangélicos naquela região e os desafios da Igreja em levar a muitas pessoas a Cristo. Padre André Negreiro, destacou e insistiu na importância da formação do COMISE (Conselho Missionário dos Seminários) para que de fato possa existir no seminário a consciência missionária. Também apresentou os materiais que a POM (Pontifícias Obras Missionárias) dispõem.
Na sexta-feira os representantes dos nove estados do Nordeste retornam para as suas cidades. O dia começou com a missa de encerramento presidida pelo Pe. Sávio Corinaldesi. Logo após a missa, ainda paramentados, todos se dirigiram para o claustro para a apresentação da placa em homenagem a todos que participaram na construção e realização do IV FORMISE.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

140 caracteres de amor!


É fato que nosso mundo é carente. Temos milhares de canais para estarmos ligados full time aos amigos e ainda criarmos novas amizades, encontrarmos pessoas com interesses em comum e criarmos vínculos com elas.
Mas, por tanta possibilidade de comunicação, a solidão pode doer mais. Afinal, está tudo ali. Quem quiser falar conosco não vai deixar de fazê-lo por falta de oportunidade: direct messages no twitter, mensagens no celular, facebook, menções nas 459 mil redes sociais que participamos, um comentário naquela foto, no blog, isso sem falar nos quase defasados e-mails.
E, de repente, naquela manhã solitária você decide conferir esses inúmeros canais e… nada. Nada. Nem mesmo respostas àquilo que você enviou em busca de um contato, de um carinho, de um calor que chega através de palavras digitadas rapidamente. Você pode até não ter pedido com todas as letras: “me abrace, estou só”, mas quantas vezes não pedimos isso indiretamente? Quantas piadas no twitter não são feitas em busca de companhia, quantos temas polêmicos não são levantados apenas para obter respostas e ter a sensação de não estar só? Quantos milhões de blogs não possuem milhões de textos como este que, apesar da reflexão pseudo-antropológica, são nada mais, nada menos que gritos de socorro?
Não que eu tenha exatamente do que reclamar. Tenho lá meus muitos seguidores, sou mencionada todos os dias, possuo leitores fiéis aqui e nos outros blogs. Sou grata mesmo a web pelas pessoas que encontrei, que se tornaram grandes amigos, pela oportunidade de dar vazão aos meus sentimentos-bobeiras-desejos, pelos trabalhos que já consegui através de contatos via redes sociais, pelo emprego que tenho hoje e tanta coisa que se eu for enumerar daria uma lista bem longa.
Mas às vezes em meio a esse mar de conexões você não se sente como se estivesse em uma festa ruidosa, com muito barulho, gargalhadas, amizades eternas que duram poucas horas? Aí depois de muito twittar, muito blogar, muito gritar na websfera você volta pra “casa” sozinho. Ansiando por mais 140 caracteres de amor.
Por Juliana Dacoregio

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Toquinho e seus 65 anos

Antonio Pecci Filho (toquinho) nasceu em 1946 no bairro do Bom Retiro, em São Paulo e ainda jovem começou a ter aulas de violão. Sua familiaridade com o instrumento o levou a fazer da música uma profissão e ele começou a se apresentar na década de 60. Daí para formar parcerias com grandes nomes da cultura nacional foi um passo: Vinícius de Moraes, Chico Buarque e Jorge Benjor são apenas alguns. Hoje, Antonio Pecci Filho, mais conhecido como Toquinho, apelido que recebeu da mãe, completa 65 anos.