Até o dia 18 de julho, o Museu de Louvre, na França, oferece uma excepcional viagem artística e espiritual na exposição “Rembrandt e sua relação com Cristo”.
O texto é de Isabelle Francq e publicado pela revista francesa La Vie, 21-04-2011.

Em 1629, aos 23 años, Rembrandt pintou “Le Repas d’Emmaüs” [A refeição de Emaús]. Um pequeno quadro a óleo (conservado no Museu Jacquemard-André, em Paris), em que, em um primeiro plano, vê-se uma silhueta posicionada em frente ao brilho de uma vela que ilumina aquele que está diante dela e a perscruta. Assim, Cristo aparece irradiando a luz, mas permanece totalmente na sombra, em todo o seu mistério e sem que se possa distinguir seus traços.
Em 1648, o mestre flamengo pintou “Les pélerins d’Emmaüs” [Os peregrinos de Emaús] (conservado no Museu do Louvre). Desta vez, Cristo aparece de frente, mostrando um rosto sem beleza alguma, mas cheio de humanidade. Entre os tempos e ao longo de sua vida, a exposição do Louvre demonstra a figura de Cristo pintada por Rembrandt. Além de cenas de pregação, de milagres e crucificação, ele pintou uma série de sete faces de Cristo dos quais não se conhece a cronologia e sem que se saiba se se trata de estudos preparatórios ou de obras definitivas.
De todas as formas, Rembrandt compôs esses retratos de Cristo na época em que se representavam sobretudo cenas bíblicas. Pela primeira vez, esses sete quadros são reunidos. É preciso correr para vê-los no Louvre. Entrar na marcha artística desse gênio da pintura e desse leitor questionador da Bíblia em busca da verdade de Jesus. Voltando as costas para o academicismo da sua época e às representações de um Cristo de uma beleza ideal, vê-se nas figuras de Rembrandt uma paleta de emoções cheias de humildade, de doçura e de fragilidade. Em resumo, encontramos um homem.
E é nessa sua humanidade que Rembrandt busca nos dizer Deus. Para chegar lá, ele se inspirou em modelos vivos. Por uma questão de autenticidade, ele pode tê-los escolhido na comunidade judaica de Amsterdam…
Fonte: IHU online
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